quarta-feira, 14 de maio de 2008

Meu duelo com a polêmica - Reinaldo Ribeiro - (O poeta!)

O medo do controvertido é a mordaça dos covardes;
Porque o muro é a eterna morada, dos seres manobrados;
Ávidos pelo inútil, glutões de futilidades, anoréxicos de personalidade;
Fileiras de milhões, onde me orgulho em dizer, jamais serei achado!

A minha pena é tala rígida a fustigar o comodismo;
Pois o meu sono vem da certeza, que meus telhados suportam pedras;
Falo do que penso, convicto e consequente, sem falso moralismo;
Suporto os tombos que precisar, mas afirmo que sou homem erguido e não de quedas!

Eu sou o arauto do direito à vida, e acredito no olhar da fé;
Por isso não advogo o desespero, que não aguarda pelo abrir da porta;
Há muitas facilidades para o prazer, mas é rara a heroína mulher;
Mulher que sofre, que bebe o cálice de seu drama, mas não aborta!

No mundo em que vivemos, conceito relativo é a sobrevivência;
Ricos em evidência, pobres esquecidos na crise da injusta sorte;
Por isso desconfio de leis, que em nome da ordem pedem licença;
Posto que só os excluídos, seriam alcançados pela pena de morte!

Já brincamos de bola, puxamos carrinhos e cantamos cirandas;
Agora a ciência nos propõe, que lhe permitamos o brincar de Deus;
Façamos órgãos humanos, determinemos sexo e aparência de crianças;
Células tronco são artifícios, para novos lucros e que da ética se diga adeus!

Eu não temo a perversão, que se esconde no discurso do ativismo;
O antinaturalismo evoca um hedonismo, que algo bom jamais ensina;
Respeito meus semelhantes, mas não endosso o homossexualismo;
Compreendo o ideal do feminismo, mas ainda prefiro a mulher feminina!

Na lei de meus valores, todas as drogas se encerram na ilicitude;
Odeio a nicotina e nunca serei visto na apologia aos derivados da embriaguez;
De todos os vícios, tenho o consumismo como o que mais ilude;
De todos os delírios, aderir a modismos, julgo a maior insensatez!

Assim vou eu, debaixo de poucas flores e muitas pedradas;
Andar com a maioria, definitivamente nunca será a minha vocação;
Me sinto feliz, mesmo com poucos companheiros de estrada;
Sou bem acompanhado, pela minha consciência, nessa filosófica solidão!!

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