quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Ódio (Ismael)

Quero ver o mundo com outros olhos!
Persisto teimosamente neste meu sonho;
A minha vida está povoada de utopias,
mas logo a loucura se sobrepõe...

Tenho medo por mim e por todos nós!
A humanidade gera chagas difíceis de sarar
e degladia-se em jogos de poder desmedido
Não olhando a quantos vai pisando no caminho.

-Porquê tanta sede de conquista?
-Porquê tanta fome e, em simultâneo, tanto desperdício?
-Porquê tanta guerra sem qualquer sentido?
Hoje, como no início, irmão mata irmão!

-A história não nos ensinou nenhuma lição?...

Tenho medo por mim e por todos nós!
Não sei mais como exprimir a minha frustração
E todo o meu sangue ferve nas minhas veias...
Ah! Como é fácil odiar!
Odiar tudo e todos, sem contemplação...
Mas, não! Eu sei fugir à tentação!
Aqui, o caminho mais fácil,
Não é o caminho mais seguro.
É preciso haver força de vontade para, ao cair,
Ter coragem para me levantar,
Uma e outra vez.

Queria ver o mundo com outros olhos!...
Mas não posso tapar o sol com a peneira.
hoje, como sempre, teimo em seguir o que o coração diz!
Que posso fazer - não consigo iludir-me a mim próprio...


Quando eu partir desta vida desencantada,
Que na memória dos homens, enfim,
Se desvaneça esta figura esfarrapada...
Mas enquanto tal não acontecer,
Quero que falem de mim,
Que digam sem qualquer pudor
Que fui mentiroso, que fui falso, que fui ladrão...
Digam o que vos aprover!
Não guardarei qualquer rancor
Mas não digam que odiei
Não! Isso não!
Por favor...

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